EDITORIAL A máfia do jeans e do cangaço

Trabalhar o imaginário masculino atualmente é uma tarefa de pura criatividade. Felizmente o menswear vem se alinhando aos movimentos da moda, o que mostra sua receptividade aos trabalhos mais conceituais, que oportunizem produções mais criativas para o look, e que efetivamente explorem um tema adequado às fantasias de virilidade do gênero. Para o segmento jeanswear, tal lógica têm se mostrado essencial. 

A edição de abril da revista Reflex Homme coloca a poderosa máfia, com toda a sua "articulada" estrutura, repleta de alardes, contravenções, mistérios e crimes como tema de um editorial sedutor e atual. E nestas clássicas "conexões" de poder e subversão, obviamente o jeans, tão articulado quanto o tema proposto, é elemento pontual nos looks. Para elevá-lo à uma leitura mais luxuosa, mantendo o tom adequado ao público masculino, o editorial inclui também no repertório inspiracional do editorial o visual do cangaço. 

O poderoso chefão da moda atual - o denim - ganha leituras com jeitão de luxo, sem perder a linguagem masculina do visual. O grande destaque é o black denim ajustado, perfeito para o sigilo criminoso. Em diálogo com o jeans, estão as jaquetas perfecto coloridas, com novas volumetrias, explorando o universo das "gangues". Também os influentes tuxedos para uma leitura arrogante e manipuladora do look, e camisas estampadas acompanhando os lançamentos decorativos do segmento jeanswear. Nos aviamentos, destaque para as correntinhas, fazendo uma clara e feliz referência ao status destes personagens criminosos tão icônicos. 

A eficaz lógica das peças de simples confecção mas com volumes e comprimentos mais corajosos, ganha representação no sobretudo em denim, que destaca o porte masculino através dos metais aplicados na área dos ombros e busto. Uma peça digna de protagonizar o figurino das clássicas cenas de "queima de arquivo", tão frequentes nos filmes sobre a máfia. 

A grande surpresa fica por conta do white denim, que aparece em uma leitura peculiar do tema, através do diálogo com o visual do cangaço. E para contracenar com essa mistura, o couro aparece bruto, e a paleta torna-se mais árida com tons terrosos em sarjas repletas de martingales no entrepernas. 

A mistura de referências, entre a máfia e o cangaço, pontuadas pelo jeans, resulta em leituras de luxo para o look, sem perder a proposta usável, e acima de tudo, trabalha o lado conceitualda moda reverenciando gostos e preferências típicos do universo masculino. Um modo eficaz de criar vínculos e ganhar bom apelo de moda para com o segmento. Uma boa referência, para quem busca um agrupamento instigante para fotos conceito de coleções masculinas, nos lookbooks. 

Fonte: Guia JeansWear